quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Lula fala MERDA em Maranhão


Saiu na Folha de São Paulo: Lula falou merda em um discurso. Isso não é noticia, ele sempre fala merda. Mas dessa vez foi diferente, ele disse a palavra em si: “merda”. (Trocadilho horrível, mas eu não resisti).

O Brasil ficou chocado! Está bem, o Brasil eu não sei que ficou chocado, mas a Folha de São Paulo, pelo que vi, ficou chocada com o fato do presidente Lula ter falado uma palavra de “baixo calão”. Isso ocorreu em São Luis, no Maranhão, durante uma cerimônia de assinatura de contrato do programa Minha Casa, Sua Casa.

A citação é a seguinte: “"Eu não quero saber se o João Castelo [prefeito de São Luís] é do PSDB, não quero saber se o outro é do PFL, não quero saber se é do PT, eu quero saber se o povo está na merda e eu quero tirar o povo da merda em que ele se encontra. Esse é o dado concreto”. – Luiz Inácio Lula da Silva.

Mas, sabem de uma coisa, se quiserem saber o que houve, vão no site da Folha de São Paulo, que lá tem a noticia (tem até videozinho, se vocês se interessarem) :

Depois disso, a Folha continua com outra matéria, de Thaís Nicoletti de Camargo, consultora de língua portuguesa do Grupo Folha-UOL. Nessa matéria, ela meio que critica o uso do palavrão (merda), apontando que são palavras que todos nós conhecemos e usamos, mas que são evitadas em situações formais, por causa da etiqueta.

Ela continua, então, falando da origem latim da palavra M-E-R-D-A, salientando que, em alguns meios, ela até pode ter uma conotação positiva. Longe de mim criticar o trabalhar da mulher que trabalha para a Folha de São Paulo. Mas, na minha opinião, ela meio que perdeu o foco da história. (Não me leve a mal, a historinha que ela fala do carinha Frances que pisou em merda quando ia atuar em uma peça é muito interessante, só não achei coerente falar disso em uma matéria sobre o discurso do presidente).

Mais uma vez, não vou sair listando o que a moça disse, mas vou passar o link:

O que eu vou destacar é que ela fala de etiqueta e, se não me engano, de decoro. E também fala da necessidade de usar eufemismos, como forma de aliviar o impacto de certas palavras impactantes.

Em outras palavras, é dizer que o governo “faz amor conosco”, em vez de dizer que ele “fode com a gente todo santo dia”. Esse tipo de coisa. Ou que o Brasil encontra-se “no toalete” em vez de “na merda”. E que tudo isso acontece por culpa dos “políticos” em vez de “filhos da puta, porcos capitalistas”.

E por ai vai.

Não vejo nada de errado com o decoro, com a etiqueta e com você querer parecer correto. O problema está exatamente na palavra “parecer”. As pessoas se preocupam muito em “parecer corretas”, “parecer educadas” e esquecem o essencial: SER CORRETO!

Onde está a etiqueta quando os políticos decidem aumentar o salário deles e fuder com a vida do trabalhador honesto? E o que tem de correto em deixar pessoas morrendo por falta de investimento na área da saúde? E eles nem têm o decoro de cumprir as promessas que fazem em ano eleitoral.

Pronto, tirei isso do meu peito! Acho que devemos parar de prestar atenção nas merdas que os políticos dizem, e nos concentrar nas merdas que eles fazem!