segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Filmes x Games


Semana passada, fui assistir Max Payne nos cinemas. Achei o filme fraquinho como um todo. A história, que pareceu um plágio dark do Capitão America (ou do Hulk), não foi muito feliz. Os efeitos especiais ficaram legais: as Valquírias levando as pessoas para a morte ficou sussa. Mas existem muitos pontos em que eu acredito que eles abusaram desses efeitos especiais.

E, por fim, considerei que o filme teve muita pouca ação par ao meu gosto. Quando fui assistir Max Payne, eu queria ver um filme de ação desenfreada. A história, admito, não precisava ser lá essas coisas. O filme precisava ter muita bala e muita mentira e muito – e isso é de extrema importância – BULLET TIME!

Sai do filme e comentei com meus amigos. Eles concordaram comigo que acharam o filme um pouco fraco. (Não ruim, mas fraco). Acharam que poucos personagens relevantes do jogo não apareceram e os que apareceram estavam lá só para encher lingüiça e marcar presença.

Eu nunca joguei Max Payne, então devo admitir que meu conhecimento do jogo é nulo. O que sei do jogo é de “ouvi dizer”. E o que eu ouvi dizer é como o jogo era cheio de ação e bullet time. Cheguei à conclusão de que, se não fosse a expectativa criada pelo jogo, eu teria gostado do filme de Max Payne.

Esse é o grande problema dos filmes baseados em obras produzidas em outras mídias: a expectativa. As pessoas falham em perceber que o filme é “baseado” e não uma “cópia exata” da obra citada.

Muitos filmes sofreram esse mesmo problema. Blood Rayne, Resident Evil, Final Fantasy, Dead or Alive são apenas alguns exemplos. Não vou julgar se esses filmes foram bons ou ruins (pois não é o propósito desse post), mas eles perderam muito de seu potencial por causa de sua associação com os respectivos games. No momento em que o diretor faz um filme com nome de jogo de vídeo-game, ele automaticamente cria um link entre as duas obras. É mais do que esperado que os expectadores comparem uma obra à outra.

Muitas vezes esse link acaba obscurecendo as possíveis qualidades do filme. O filme pode ser muito bem feito, com grande elenco e fantástica história, mas nunca vai se comparar ao jogo. A competição é desumana: as maiorias dos games de ação têm 10 ou 20 horas jogo, enquanto os RPGs podem chegar a 80 – 90 horas. É preciso de mais do que um bom diretor para fazer algo tão profundo com apenas 2 horas de filme. É preciso um milagre.

O interessante é que essa relação é bilateral. Os jogos de vídeo-games que foram adaptados das telonas geralmente sofrem grandes perdas. Como pegar material para 10 horas de jogo em um filme de apenas 2 horas? É, também, um grande desafio. O game acaba ficando sem ponto, com fases longas e pouca história. Algumas pessoas já sabem disso e evitam os games baseados em filmes.

Um jogo baseado em um filme que foi baseado em um livro (Harry Potter e A Bússola de Ouro) então, nem se fala....

Claro que ambos os casos não são absolutos. Silent Hill, pelo que ouvi dizer (não cheguei a assistir o filme) foi muito bem recebido, Gostei de Tomb Raider e Final Fantasy Advent Children. Assim como existem filmes que são simplesmente RUINS, independentes de seu link com games (Uwe Boll que o diga).

Creio que o post já está ficando muito longo e que uma conclusão está em ordem. Só gostaria de propor que, da próxima vez que você for assistir uma adaptação de algum jogo de vídeo-game (ou de um livro) procure se livrar desse link com a obra original. O filme é uma nova produção e uma nova interpretação da historia que você já conhece.

Acredito, na verdade, que o grande problema está na terminologia usada. Isso devia mudar. Os filmes não deviam ser “baseado” em game X ou livro Y, eles deveriam ser “inspirados”. Depois que percebi isso, gostei mais de Max Payne.

O que vocês acham?

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